Descrição
Uma das lendas acerca do nome Chamusca conta-nos que houve um incêndio e, eis que surge uma pequena nuvem entre a fumarada e dela jorrou água até o extinguir. A terra ficou a fumegar, queimada, chamuscada. E Chamusca se passou a chamar.
Corria o ano de 1449, sob regência de D. Afonso V, quando as terras de Chamusca e Ulme são doadas a D. Ruy Gomes da Silva, que por essa ocasião aqui fixa a sua residência. A Chamusca, era inicialmente integrada no termo de Santarém, sendo mais tarde elevada a vila e sede de concelho, juntamente com Ulme, por alvará de 1561, durante a regência de D. Catarina.
Desde de 2013 que a Chamusca e Pinheiro Grande formam uma união de freguesias. Com vista para a Lezíria, a aldeia do Pinheiro Grande é situada a nordeste da vila de Chamusca a uma distância de 4 km aproximadamente.
Segundo a lenda, um dia o Ribeiro do Casal Velho, depois de uma grande enchente, transbordou e arrasou toda a povoação, ficando apenas terreno próprio para cultivo. Quando chegou o tempo das sementeiras, a terra foi lavrada, mas, em determinado sítio, os bois paravam e ajoelhavam.
Estranhando o caso, os camponeses perguntaram-se, entre receosos e deslumbrados, a razão de tão extraordinário acontecimento. Consultaram-se e resolveram revolver o solo e ver se conseguiam atinar com o milagre. Meteram mãos à obra, cavaram e encontraram a Imagem de Santa Maria. Ficara subterrada, aquando da invasão das águas. Trazem-na para a Capela e todas as noites a Santa desaparece para o local onde fora encontrada. Tocados no coração, os habitantes do lugar pensam em construir a Igreja, de propósito para guardar a imagem.
Foi à volta desta Igreja que nasceu a povoação de Pinheiro Grande que inicialmente se chamou Pinheira, porque no local havia uma Pinheira que, por ter secado, foi mandada cortar pelo comendador D. João de La Cueva, em 12-02-1755. Media 19,5 varas de comprimento e 23 palmos de grossura no pé. A Igreja Paroquial, colocada ao centro da antiga Comenda de Cristo, deve a sua fundação a um dos primeiros Comendadores daquela ordem no séc. XVI. De todos os comendadores o mais ilustre foi o cronista Gomes Eanes de Azurara que sucedeu a Fernão Lopes no cargo de Guarda Mor da Torre do Tombo e continuou a obra de D. João I começada pelo seu antecessor. Azurara entrou, na Ordem de Cristo e teve o grau de Comendador de Alcains, comenda que depois de 1554 trocou pelas de Pinheiro Grande e Granja do Ulmeiro.
O último Comendador de Pinheiro Grande foi D. João de La Cueva que aqui se acha sepultado a par de sua mulher, e que teve de expatriar-se por haver assassinado o Marquês das Minas, D. João de Sousa.